Alô alô preconceito, aquele abraço…

Alô alô preconceito, aquele abraço…

Outro dia me pediram para falar sobre como lidar com essa questão do preconceito racial com os filhos.

Acho tão difícil falar sobre, afinal, acho que isso não se explica, está registrado na  mente. Vem da nossa educação, do que a gente escuta, de onde a gente vive e com quem a gente convive.

Entretanto dá para sair disso, dá para ir além, ler e escutar o que pessoas que são vítimas do preconceito tem a dizer.

Tenho uma amiga negra que abriu minha cabeça para muitas questões. Ela diz que todos somos preconceituosos e que o BRASIL é um país MUITO preconceituoso. Alô alô Brasil! Sim, o Brasil que tem a maior parte da população negra e quase 100% de bonecas brancas nas lojas de brinquedos. No início eu discordava quando ela dizia que o Brasil é um país preconceituoso. Mas ela me mostrou que realmente todos temos algum tipo de “preconceito” enraizado dentro de nós. Não estou falando aqui de convivência e amizade entre brancos e negros afinal, isso é básico e óbvio. O que eu estou falando é algo mais profundo e que acabamos não interpretando como preconceito. Quer ver?

Quando você fala da época da escravidão para os seus filhos costuma colocar os negros como coitados? Então pronto, esse já é um tipo de preconceito. Não podemos rotular assim porque os nossos filhos irão pré estabelecer essa imagem. Podemos dizer que foi um absurdo e tenebroso a época de escravidão, mas nunca, nunca colocar os negros coo coitados.

Não foram os brancos de hoje que escravizaram os negros, mas são os brancos de hoje que tem responsabilidade em livrar os negros desse rótulo. E são os negros de hoje que não podem aceitar estar nesse lugar absurdo de “coitado”pré estabelecido a séculos.

Outra coisa muito comum que se fala é que os negros tem a genética incrível e são ótimos no esporte. Mas será que não existem negros que não levam jeito para o esporte, atividade física, mas que tenham muito mais facilidade com as atividades intelectuais? Claro que sim! Conhecem o astrofísico Neil Tyson? Já escutou falar da médica, já falecida, Jane C Wright que foi pioneira em estudos para a cura de câncer? Então, esses são dois entre milhões de negros brilhantes com questões intelectuais.

Não ter preconceito vai além do que a gente pensa, é enxergar, por exemplo, que essa questão de ser forte no esporte, ou forte no intelecto independe de raça, e sim acontece de pessoa para pessoa. Está relacionada diretamente com as habilidades e com o dom da pessoa e nunca, definitivamente nunca, com a raça.

E se você é livre de preconceitos, com certeza seus filhos aprenderão com você. Saia da Caixa!

Precisamos perceber que não ser uma pessoa preconceituosa é simples, sutil e natural como esse abraço.

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Thaís Vilarinho

Mãe de dois meninos lindos Matheus e Thomás, Fonoaudióloga Clínica. Pratico corrida e Muay Thai. Adoro escrever, viajar, escutar música, ver um bom filme, sair e estar com a família e os amigos. Sou curiosa, adoro conhecer e aprender coisas novas.

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